"Antes de mudar o mundo, mudar a gente. Ajuda pra caramba..." (Renato Russo)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Só se for a Dois?

Hey!

Em homenagem ao dia dos namorados, hoje vamos falar um pouco sobre Relacionamento. Em alguns pontos do texto, vou abordar questões que abrangem todas as formas de relação, mas na maior parte estarei dando maior ênfase aos relacionamentos “a dois”.

A maioria dos estudiosos de Sociologia concorda que o ser humano como ser social sempre está, de fato, à procura de fatores externos que, teoricamente, sejam capazes de preencher um vazio que, muitos acreditam, seja inerente a sua natureza desde o momento do nascimento, ou além. E esta necessidade é flagrante.

Muitos, no entanto, por motivos variados, mas que geralmente giram em torno de uma decepção maior com outrem, acreditam que o melhor é estar sozinho.
Esses últimos particularmente me interessam mais como estudioso do assunto. Afinal, como ser social e sociável, não consigo acreditar totalmente que alguém viva melhor cercado de seus próprios pensamentos, embora, é claro, precisemos de momentos "nossos", no qual temos a sagrada oportunidade de nos conhecer melhor.
Porém, mesmo concordado com a premissa de que o homem é um ser sociável e, portanto, precisa se socializar, discordo desta eterna busca por alguém que "te complete" como uma entidade física e única. Acredito que estas lacunas deixadas pelos nossos antepassados podem ser preenchidas de várias outras formas que não apenas a relação "a dois".

Paradoxalmente, é fato de que o ser humano sente-se muito melhor quando é amado. E temos nesse contexto líderes famosos que nunca casaram ou tiveram filhos, mas que viam em suas atividades uma maneira de suprir esta teórica "falta de amor". Eram amados pelo povo ou por um grupo mais limitado, e isso era suficiente para preencher esta lacuna.
A intimidade física, e até sexual, como mecanismo para preencher esta necessidade humana de afeto poder vir a se tornar um tanto quanto perigosa, sob o meu ponto de vista, quando exacerbada, principalmente não se tendo controle absoluto sobre a própria solidão ou sobre como suprimi-la.

Chegamos aqui às pessoas carentes. Que, por sua grande necessidade de afeto íntimo e falta de controle sobre isso, cometem "sacrifícios sociais" para não se verem sozinhas, solitárias em suas próprias necessidades. E aqui não me refiro somente às "amelias" ou aos "djair´s" da vida.

A carência quando mal administrada leva a situações prejudiciais no relacionamento. Sou adepto da filosofia oriental de que você só encontrará o próximo através de si mesmo.

Nós, ocidentais, deveríamos analisar mais profundamente esta filosofia. Acredito, e aqui considero bastante a minha experiência de vida, que um relacionamento só, e somente só, dará certo se as partes envolvidas estiverem cientes de sua individualidade e peculiaridades como ser humano ao mesmo tempo em que trabalha junto ao outro para o bem da relação. Sendo mais claro, nenhuma das partes deve se anular ou negligenciar desejos próprios em detrimento a vontade do parceiro, da exata mesma forma que jamais poderia colocar no parceiro a responsabilidade pela estrutura da relação, pela felicidade do Casal.

O ser humano tem que ser feliz sozinho, através dos fatores que montam a sua própria vida, a sua própria realidade, para só então pensar em compartilhar esta felicidade com outra pessoa que, por sua vez, deve também estar satisfeita com a sua própria realidade. Não gosto do termo “Te fazer Feliz”. Prefiro uma postura mais “Sou feliz ao seu lado”.

E é nesse aspecto que a carência, como um tentáculo do afastamento de si mesmo, prejudica um relacionamento.

Diante da segurança e independência pessoal do parceiro, em detrimento da própria insegurança, o ser humano tende a tentar limitar a independência do outro. Começando por pequenas críticas aos hábitos, passando pelo ciúme e alcançando a dependência total, quando confia aos ombros do parceiro a sua própria felicidade, chegando a deixar de pensar na existência de uma vida feliz longe do mesmo.

Portanto, fica o recado para os que pensam em se aventurar por uma relação duradoura: sinta-se bem consigo mesmo. Sinta-se completo. Sinta-se Feliz. Só assim você não irá atrapalhar a felicidade de quem ama, irá “fazê-lo Feliz”, afinal.

E para os que estão passando por uma situação chata de término de relacionamento, segue uma singela lista de dez conselhos para sair bem de uma relação duradoura.

Feliz Dia dos Namorados!!!

Tin Tin

10 Dicas para sair bem de um Relacionamento

1º - Esteja convicto(a)

Você já se perguntou e chegou à conclusão de que romper é a melhor alternativa? Se pergunte novamente. É preciso estar totalmente convicto(a) da decisão por dois motivos: o primeiro é para você não ser vítima das duas primeiras semanas – quando descobre que não era nada disso que queria e agora quer voltar – o segundo é para expor, da forma mais clara possível, ao seu(ua) parceiro(a) os motivos reais que o(a) levaram a tomar esta decisão.

2º - Jamais mentirás ou florearás sobre seus motivos

Esqueça aquela de “o problema não é com você, é comigo” ou ainda o “estou confuso(a) com meus próprios sentimentos. Existe um motivo, ou vários, para que tenha decidido terminar com um relacionamento sério. Provavelmente você já tentou superá-los, mas desistiu ou viu que seria difícil ou até impossível fazê-lo. Exponha tais motivos de maneira direta, sem rodeios. Pode parecer estúpido a princípio, mas é o mais honesto a se fazer. Não deixe dúvidas a cerca dos motivos que levaram você a tomar esta decisão e de forma nenhuma tente “deixar a porta aberta quando quiser voltar” falando com “jeitinho”. Se pensa assim talvez ainda não seja hora de terminar, pois ainda tem dúvida sobre o que quer, ou então você é um ser humano que não pensa que prender os sentimentos do outro em você enquanto “parte pra outra” é uma puta sacanagem.

3º - Agirás com Moderação

Geralmente a primeira coisa que passa na cabeça do ser humano quando termina um relacionamento duradouro é “correr atrás do tempo perdido”. Claro que procurar curtir a vida, voltar a sair com os amigos, fazer programas que já não fazia há tempos é legal, mas acalme-se, principalmente nos primeiros meses, do contrário você pode acabar como aquele garotinho soltou a mão da mãe pra correr atrás da bola, tropeçou, caiu, se ralou todinho, esqueceu a bola e voltou chorando pro colo da mamãe, que, invariavelmente, te deu uns tabefes.

4º - Respirarás outros ares

Procure evitar freqüentar os mesmos ambientes que freqüentavam quando estavam juntos. Lembrar de ótimos momentos que viveram juntos pode não ser muito saudável no início do término de um relacionamento. Além disso, pode acontecer de se encontrarem novamente sobre este clima e terem uma recaída, o que pode ser ótimo no momento, mas não em longo prazo. Ou pior, você pode encontrá-lo(a) com outro(a) naquele lugar, o que, na maioria das vezes não é uma experiência muito agradável. (veja 5)

5º - Não bancarás o barraqueiro(a)

Você agiu de acordo com o item 4 mas mesmo assim, por um acaso do destino, você o(a) encontrou com outro(a). Calma, respire fundo, conte até 10 e procure, discretamente, sair do ambiente, ir para outro lugar. Se não houver alternativa, nem tudo está perdido. Procure agira naturalmente, embora esteja numa situação delicada. Se mostrar demais pode não ser uma boa idéia. Ficar acanhado vai despertar a pena dos demais. Ficar com outro(a) pra provocar ciúme é infantil e só prejudica a você mesmo(a). Em suma, procure agir moderada e naturalmente. Ah, pare de beber!

6º - Dedicarás um tempo a você

Os motivos para o fim do relacionamento já foram esclarecidos. Perguntas como “Por que tinha que ser assim?” ou “Por que deixei as coisas a chegarem a este ponto” ou ainda “Ai que ódio dela(a)” não ajudam em absolutamente nada e só trará mais depressão. Procure se encontrar neste momento. Atividades físicas é um bom começo. Voltar-se para os estudos e trabalho podem se mostrar um ótimo remédio.

7º - Evitarás, pelo menos no início, a presença dele(a)

Muitos relacionamentos terminam de maneira natural, sem maiores traumas. O típico caso do “namoro acabou, mas a amizade continua”. Cuidado! Mesmo que não veja problemas em freqüentar os mesmos lugares ou mesmo sair com seu(ua) ex é bom evitar fazê-lo. Muitos pensam pra frente, coisa e tal, mas voltemos ao item 4, situações assim só vão levar a dois caminhos: vocês voltam ou um dia magoarão o outro quando rolar de conhecer e ficar com alguém no mesmo ambiente em que esteja. Ou você pensa mesmo que o sentimento evapora de uma hora pra outra? Claro, ex-casais que praticam o relacionamento aberto podem desconsiderar o que disse aqui...

8º - Não compartilharás a sua dor

Evite falar, em detalhes, sobre os motivos que levaram ao término do relacionamento com seus amigos. Eles são ótimos companheiros nessas horas, mas não pra ficar ouvindo seu lamento ou sua tentativa de convencê-los de que fez certo em terminar. Pense bem. Dificilmente eles poderão fazer muita coisa além de ficar aturando suas ladainhas. Além disso cuidado: de repente um de seus amigo(a)s (ou mais dele(a)s) pode tomar as dores do seu parceiro(a) ao invés da sua. Sabe do que estou dizendo não sabe? Ah, pensa que não acontece? Vai nessa...

9º - Evitarás “dar o troco”

Ah, então você foi quem tomou o pé? E pior é que não entendeu até agora por que isso aconteceu. Pois bem, calma. Eu sei que a tentação é grande, mas dê-se o valor. Nada de telefonar pro melhor amigo(a) dele(a), sair com ele(a) e dizer coisas como “por que não reparei em você antes” ou “você deve fazer muito sucesso entre o(a)s homens(mulheres)...” Ninguém cai nessa, e se cai é porque já tava querendo ter dar uns pegas há tempos e agora não viu melhor oportunidade. Se você é inteligente, vai se arrepender dessa merda de atitude logo logo e vai ficar se martirizando e tentando consertar a burrada.

10º - Buscarás a sua própria felicidade

O ser humano só é feliz quando está feliz. Afinal, não há felicidade momentânea e nem infelicidade na felicidade. O que existem, isso sim, são momentos de prazer e dor que surgem independentemente de você ser uma pessoa, na maioria das vezes feliz ou infeliz. Pois bem. Se depois do término do seu relacionamento, seja você que tenha terminado ou não, você procurou agir de forma a buscar novos caminhos, mas mesmo depois de muito tempo (1 ano, no mínimo) ainda não consegue se desprender de seus sentimentos para com o(a) ex, talvez seja a hora de botar o orgulho de lado e procurá-lo(a) novamente, mesmo que seja para reatar laços de amizade e companheirismo. Como foram honestos no término, devem ser honestos agora quando descobriram que a vida é foda se está longe. Tomando essa atitude nobre, de repente, você descobre que nem são dos beijos e nem do sexo que você sente mais falta, mas da presença, das conversas, do jeito, etc. E você descobre que pode reatar laços mesmo que não precise, necessariamente, reatar um relacionamento. E, finalmente, depois de tanto tempo, você descobre que pode sim namorar outro(a), amar outro(a), mas com ele(a) por perto, como um(a) grande amigo(a).

Pensamento do Dia: "muitos te complementam de dão afeto, mas você sozinho já é completo e poderoso. Acredite" (Gabriel, o Pensador)

Foto: o que será?

Ouvindo: This is Music - The Verve

2 Comentários:

Mari(ana) disse...

Bem lembrado... tem pessoas q não se unem as outras,mas são adoradas por multidões e isso as completa.
Tem aquelas q jogam sua própria vida sobre o outro...e raras q conseguem viver de forma a acrescentar na relação do que consumi-la até a última gota.

Esses últimos são os casais felizes,bem sucedidos e de relacionamento duradouro.

É...um relacionamento é meio que uma sociedade rs. Tem q saber levar pra não se dar mal.E caso essa sociedade acabe, vc sempre tem q manter a diplomacia... não sabe o q pode acontecer amanhã. Além do mais, se houve "sociedade" houve confiança e amizade um dia, e isso deve permanecer mesmo q só aconteça algum tempo depois do rompimento.

...
Gostei dos conselhos.. hehehehe São bem úteis!
Tomare q não precisem usa-los, mas se precisarem está bem explicativo.
;)

Bem, sozinhos ou acompanhados, q todos curtam esse dia da melhor forma possível!

Beijos

Luciana Santos disse...

Sei que demorei um certo tempo pra responder à este tópico. Hoje, já é dia 17 de junho, mas acredito que um pouco de análise antes de se expressar é sempre bem-vindo.

O assunto "relacionamento" está longe de ser algo simples de ser vivido. Não que ele não possa ser, até haveria possibilidade, porém, algumas pessoas cuidam para que ele seja ainda mais complexo.

Eu me identifiquei muito com esse texto, por vários motivos:

1- Porque eu acredito que a solução pra qualquer coisa que haja de pendente num relacionamento, é o diálogo. Muita gente pode ler e achar que na prática as coisas não funcionam dessa forma. Pode até ser, mas eu já tive algumas experiências que, graças à esse artifício, construiu-se uma relação posterior ainda com mais respeito e cumplicidade. Algo que tornou-se o que podemos chamar de Amizade Verdadeira.

Acho que o mais se torna prejudicial no relacionamento é o fato de muitas das vezes, uma das partes jogar a responsabilidade que é sua para o outro e não saber ceder de forma equilibrada, para que a união torne-se harmoniosa e feliz.
Muitos exigem algo que seja perfeito ou perto da perfeição. Alías, as pessoas só sabem exigir, cobrar e em certos momentos gritar aos 7 ventos suas insatisfações. Porém, ao invés disso, deveriam se propor a ouvir mais e falar menos, a se desarmar, a se desprender do orgulho, da teimosia e se abrirem ao diálogo, ao entendimento. Ao invés de procurar moldar o companheiro e cobrir aquele defeitinho que tanto lhe incomoda, fazer com que as arestas sejam aparadas e que ambos trabalhem para que os defeitos se tornem qualidades no futuro ou que ao menos sejam amenizados.

2- Por considerar que as dicas que foram citadas para um fim maduro, são totalmente aceitáveis e contundentes. Todos os subtópicos abordados, cada linha escrita, cada "conselho", fora muito bem explanado e dissertado de forma simples, objetiva, clara e adulta.
Independente do amor que se tem, por mais doloroso que seja, não podemos esquecer que só amor não basta! Isso mesmo : SÓ AMOR NÃO É SUFICIENTE! Não sabiam disso? Então fiquem atentos: para um relacionamento ser duradouro, (não digo dar certo, porque "dar certo" é relativo. Explicarei melhor no item 3 do meu comentário) é necessário saber que o Amor sozinho não sobrevive muito tempo se não há bases fielmente estruturadas para que ele permaneça. Confiança, lealdade, sinceridade (mas sinceridade com bom senso, não confundam com grosseria - acho q isso poderia ser um tema pra um próximo post, o que acha, primo?), amizade, respeito... principalmente respeito. Porque quando se tem respeito pelo outro, vc o enxerga com dignidade e o trata com a mesma. Muitas pessoas às vezes se perguntam : Poxa, mas eu o(a) amava tanto... me sacrifiquei, me dei por inteira(o) e ele(a) simplesmente se foi? - Pois é... amou tanto que talvez tenha ficado tão possessiva(o), tão cego(a), tão impassível, que pode ter tomado uma postura dominadora, fria, manipuladora, intolerante e não soube fazer o principal : ouvir e aprender a aceitar que não se pode ter o controle de tudo!

3- Vamos falar agora sobre o termo que muitos usam quando acaba um relacionamento : o famoso "não deu certo". Será que realmente não deu? Muitas das vezes, me pego refletindo sobre o assunto. Pra mim, algo não deu certo porque acabou, mas sim, pela forma como foi conduzida a situação. Eu já tive alguns relacionamentos. Uns deram certo outros não. Mas eu acredito que o "dar certo" independe do fato de "e estão juntos e felizes até hoje". Você pode sim, terminar um namoro, um casamento, um romance e ver que ele deu certo. Quando você joga limpo, se expõe e é honesto, sobretudo quando percebe que já usou de todos os artifícios e não chegaram num entendimento e você senta e explana seus sentimentos, mantendo o respeito e prezando para ter algo futuro com aquela pessoa, como amizade, por exemplo, quer dizer, meu(minha) amigo(a), que fez a coisa certa e este relacionamento, sim... deu certo!

Pensem sobre isso!

Adorei o texto... muito bom!

Parabéns!

Eu?

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