"Antes de mudar o mundo, mudar a gente. Ajuda pra caramba..." (Renato Russo)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Quem conta um Conto....

Saudações!!!

Acredito não ser segredo pra ninguém o meu apreço pela leitura. Mas o que talvez não seja do conhecimento do leitor é fato de um de meus “sonhos adolescentes” ser justamente o de escrever um livro. Um sonho tipicamente nerd como eram também o de criar um jogo eletrônico, trabalhar para uma revista de RPG e o de ler histórias da Turma da Mônica Jovem. Sério mesmo. O mais curioso é que consegui, embora parcialmente, realizar a maioria deles, mas isso não vez ao caso no momento.

Mas e o livro?

Pois é, o livro ainda não foi escrito. No momento, me contento em escrever Contos. Livros de contos estão entre os meus favoritos, principalmente os de horror pessoal (Stephen King, Lovecraft e Neil Gaiman) e os de fantasia medieval (RA Salvatore, J.M. Trevisan, Leonel Caldela). Além desses, algo que sempre me atraiu foram histórias eróticas, como por exemplo, as contadas por nomes notáveis que vão desde o Marquês de Sade até Nelson Rodrigues passando pela minha prima Luciana Santos, que incorpora o erotismo em seus textos como poucos escritores – sem querer babar o ovo.

Na hora de escrever, no entanto, sempre me senti mais à vontade com o gênero de fantasia, fonte bastante experimentada através autores como os supracitados. Porém, em Arauto de uma Nova Vida, tentei algo mais audacioso: incorporar em um texto fundamentalmente medieval, um mini-conto de conteúdo erótico. O resultado você pode conferir logo abaixo.

*****

Antes, em um lugar longe dali, inúmeras velas crepitavam em um quarto pouco iluminado. O aposento era grande. Os quadros nas paredes. O tapete no chão. A cama e a mobília de madeira nobre. Os lençóis de veludo luxuoso. Tudo fazia daquele lugar, algo digno de reis. Aquecido pelas chamas e iluminado apenas pela luz de velas.

Yurick estava na cama. Tinha um cálice de prata em sua mão. Tomou um gole do líquido e a manga de sua blusa deslizou por seu braço revelando um sem número de cicatrizes. A blusa era de um linho tão puro e fino que denunciava sua nobreza, enquanto o seu torso bem torneado à mostra garantia-lhe um ar de despojo. O azul dos seus olhos refletia a luz tímida do ambiente enquanto brilhavam apontando em uma única direção.

A mulher havia entrado no quarto há pouco. Seu longo vestido de seda parecia hipnotizar o olhar do general. As velas contra o vestido revelavam o contorno de seu belo corpo jovem. Estava descalça. Uma delicada jóia adornava-lhe tornozelo, dançando leve a cada passo. Passos lentos em direção a cama. O andar de Morgannah era tão leve, tão silencioso, que se comparava ao de uma tigresa à espreita. Seus olhos também não dispensavam o jeito felino. Era selvagem...Um sorriso malicioso nasceu em seus lábios quando tomou para si o cálice de prata e o levou a boca. A ponta de uma adaga de ouro pressionou levemente o peito de Yurick como se saída de lugar nenhum quando tentou abraçá-la. A língua furtiva sorveu gotas de vinho de seus lábios enquanto seus olhos penetravam os olhos do seu amado.

A ponta da adaga deixou o pequeno ponto vermelho no peito e deslizou pelo abdômen num passeio leve, distraído. O metal frio, a dor leve da lâmina e a excitação do momento causavam um arrepio intenso no general. Morgannah encarava-o com um olhar misto de malícia e inocência. Súbito, um suspiro. O passeio de sua lâmina foi interrompido por um movimento brusco. Seu pulso levemente torcido. Imobilizado. A seda do vestido negro dançou acariciando sua pele alva até deixar parte de um de seus seios à mostra. Uma mordida leve em seu lábio inferior desafiou a boca de Yurick. Um beijo intenso e duradouro, intercalado por gemidos contidos. O cálice caiu e derramou seu líquido vermelho no tapete quando as mãos se uniram. Tenderam aos lençóis.

A sincronia da cópula gerava uma sensação ilusória de dois corpos sendo um só. Talvez o fossem. Suas mãos buscavam o alívio de um prazer que beirava a dor no corpo do outro. Quando as pontas dos dedos não aliviavam, eram as unhas que o fazia. Quando não as unhas, os dentes, os lábios, o próprio corpo, em uma dança de sedução infinita. Os gemidos já se tornando sofreguidão. Os movimentos dos quadris involuntários. E assim permaneceram enquanto o tempo distorcia-se ao redor como se quisesse tomar parte daquela dança.

Yurick experimentou como nunca à intensidade do prazer que o dominava. Corpo. Mente. Espírito. Entregue plenamente ao êxtase daquele momento, o general envolveu sua amada nos braços fortes contra o peito nu, mordeu-lhe o pescoço em um último ato falho de resistência. A explosão deixou o seu íntimo em um turbilhão de emoções desconexas que traziam consigo uma única certeza. E ofegante, o general de muitas vitórias, frágil como uma criança, sussurrou tímido, entregue, indefeso no ouvido de sua amada – Eu amo você, Morgannah...

*****

Então é isso. Como disse anteriormente, o erotismo não é a “minha praia” na hora de escrever, mas admito sem modéstia que fiquei satisfeito com o resultado.

E você?

Em tempo, se quiser dar uma conferida no conto inteiro, basta vir por aqui.

Até a próxima!

Escondido atrás da Porta...

Você é Louco?!

Provavelmente você, como eu, já ouviu essa expressão algumas dezenas de vezes no decorrer de sua jovem vida (lembrando que a juventude pouco tem a ver com a idade, que o diga meu coroa).

A coisa começa a complicar, no entanto, quando se começa a perceber que a pergunta lhe é absolutamente pertinente diante de algumas manias inexplicáveis, como colocar nomes em objetos e conversar com eles como se fossem pessoas de verdade e achar isso a coisa mais natural do mundo.

Bem, eu tenho algumas manias que me colocariam invariavelmente na posição de doido varrido, mas não cabe no momento listar todas elas. No entanto, uma talvez seja digna de análise.

Eu tenho paixão por Sustos!

Não faço objeções. Sustos de qualquer tipo têm um considerável potencial para me garantir um agradável período de incontrolável gargalhada.

Gosto de pregar sustos. De planejá-los meticulosamente. Só não faço mais por temor de matar alguém do coração, literalmente. Admiro, porém, incondicionalmente os sem-noção que não temem tal fato e pregam sustos dignos de prêmio, como permanecer impassível dentro de um armário por minutos a fios enfiados em uma máscara de borracha apenas para verem a face de pavor instantâneo de um infeliz ao se deparar com tal bizarrice.

Sustos me encantam. Dos inocentes sem intenção assassina aos cruelmente planejados; passando pelos inquisidores, aqueles que externam indolentes a verdadeira sexualidade da vítima a tanto negada sem a menor misericórdia.

Sim, você pode me taxar de louco, mas antes tente me entender.

A mágica do susto está numa fração de segundo, quando o rosto alegre ou distraído da vítima se contorce em pavor súbito em um ínfimo intere de tempo, porém mais que suficiente para arregalar olhos, arreganhar bocarras desavergonhadas e propagar no ar o agradável som do berro histérico, do impropério inconsciente ou da desmunhecada impagável.

Confesso. Sinto-me um tanto quanto envergonhado de admitir, mas cada detalhe do processo do susto ativa gatilhos dos meus instintos mais primitivos, garantindo uma sensação quase viciante de breve alegria genuína. Não seria honesto se a negasse. E não pretendo fazê-lo.

Acha mesmo que sou louco? Não responda ainda. Assista todos os vídeos abaixo (carregam bem rápido) e seja, como os loucos, honesto consigo mesmo antes de dar seu veredicto.

Ah, um lembrete: não deixe de reparar nos rostos e nos detalhes.

Boooúuuuullll!!!!








sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Não foi apenas um muro quebrado...


Hoya!!!

Hoje passei por uma situação que me arremeteu aos 15 anos de idade. Época do ensino médio. Época onde a grande maioria dos jovens cria os primeiros esboços do que serão para o resto de suas vidas.

Foram três anos da minha vida tão bem vividos que não esquento de parecer um tiozão quando digo para a moçada aproveitar esta época que será, em muitos aspectos, a melhor de suas vidas.

Foi no ensino médio que conheci vários de meus amigos mais chegados (alguns poucos mais que isso). Enfrentei minhas maiores decepções; daquelas que esmagam pra fazer crescer e enfraquecem pra fortalecer. E aprendi que círculo de debate numa aula de geografia pode acabar com a vida de um homem se ele não for o filho da mãe mais sortudo do mundo.

Talvez dez anos não seja tempo demais. Porque hoje viajei no tempo e contemplei , do outro lado do muro, o tolo pensamento revolucionário de outrora. A vontade de mudar o mundo era genuína. O pensamento sobre como fazê-lo é que era inocente e, portanto, facilmente influenciável por mentes tão inteligentes quanto maquiavélicas. Maldosas por usar o fôlego jovem e honesto como combustível inflamável de suas intrigas imediatistas e céticas de grandes mudanças. O velho paradoxo do Passado usando a possibilidade real de mudança futura para fomentá-lo; enraizado na filosofia equivocada de que “tudo poderia ser diferente / lamentável que nunca será / Mas devemos continuar tentando”.

Mais lamentável, no entanto, é que, na realidade, não mudou quase nada. Hoje vi jovens na mesma situação que há muito me via. Mentes revolucionárias desperdiçadas. Peões de xadrez desacreditados por ainda não possuírem a capacidade de argumentação na qual demanda a verdadeira mudança. E que por isso, dificilmente, infelizmente, conseguirão mudar o quadro.

A triste nostalgia me levou a textos antigos. Textos que explicitam este fôlego para construir algo realmente novo. Textos belos, por inocentes. Textos jovens. Textos como esse:

Eu quero serrar as grades do presídio.
Botar pra fora os miseráveis que chamaram de bandidos
Deixe que eu fume a droga da justiça,
E tragarei vingança, expelindo ressentimento.

E se a Justiça aqui é feita à bala
Vou balear as entranhas da Justiça.
Lutando pela porra de um país fudido
E não pela bandeira de um partido

Alem de tudo, não quero gritar no escuro
E talvez um dia ser lembrado como um cara que falou.
Quero botar minha caneta em punho
E ser lembrado como um cara que fez
Tão Pouco...mas suficiente.

E lembrarão que somos gente
Que os jovens falam, fazem e sentem.
Criticamos e lutamos
Temos sangue quente nas veias.
E por este sangue que ferve ao se clamar por igualdade
Não iremos nos calar.
Mesmo sem saber ao certo se iremos alcançar...

Trecho tirado do poema “Eterno embate juvenil”, escrito por mim por volta de 2000.

Até Breve (eu espero)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Tem Certeza?


Holla Holla!!!

Antes de mais nada, já vou pedindo desculpas para os que acompanham o Ordem mais de perto. Gostaria de poder me dedicar um pouco mais a este canto que tanto prezo, mas o lado profissional tem exigido muito deste que vos fala. Mas estou certo de que as coisas vão melhorar.

E por falar em “estou certo”, quantas vezes você já ouviu a expressão “com certeza”?

E quantas vezes a pessoa não estava lá realmente certa mesmo afirmando o contrário?


As várias definições de certeza segundo o Dicionário Aurélio se resumem a “coisa certa” e “conhecimento exato”. E essas afirmações são mais que suficientes para revelar o quanto pode ser perigoso afirmar que se “tem certeza” de algo.

Claro que a dita certeza pode ser encarada subjetivamente como o Amor ou Ódio muitas vezes o é. E realmente é encarada dessa forma. Do contrário não existiria a tão popular expressão certeza absoluta. Certeza absoluta seria pleonasmo não fosse a subjetividade à cerca da certeza.

Mas então por que afinal ficar trocando em miúdos algo tão óbvio?>

Tá, confesso, não me levem a mal, mas esse post é mais um desabafo. Tipo assim, eu realmente acredito na certeza alheia a ponto de me questionar sobre algo que para mim era certo até ser extirpado por uma afirmação contrária. E se tem algo que me deixa realmente puto da vida é alguém afirmar algo “com certeza” e depois voltar atrás.

Exemplo? Achei que não iam pedir...

Imagine-se em um bar com amigos. Um deles vai ao banheiro e quando volta...

“Ué, cadê meu dinheiro?”.

O silêncio desce implacável e é cortado por aquele mais observador que retruca:

“Cara, eu não vi você botando dinheiro nenhum em cima da mesa...

Quando todos já respiram o alívio pós-tensão vem aquela...

“Tenho certeza que deixei aqui quando levantei para ir ao banheiro..

Pronto. Todos começam uma procura incansável atrás dos níqueis perdidos enquanto cada minuto que passa faz com que se comece a desconfiar de alguma “pegadinha do malandro” por parte de algum gaiato ou até mesmo de roubo, principalmente se houver alguém com menos intimidade na mesa até então. E quando a tensão esquenta a cerveja, gela o estômago e deixa todo mundo querendo fazer rateio para apaziguar o clima...

Ih...oi dinheiro tá aqui no meu bolso” (sorriso amarelo).

Como se não bastasse, durante as galhofas e fanfarras o filho da puta solta a pérola máxima:

“Mas eu tinha certeza que havia deixado o dinheiro aqui na mesa...”

Porra...que certeza de merda é essa?!!! Não sei como vocês lidariam (ou lidam) com esse tipo de situação – que eu já vi em todos os lugares. Eu realmente fico puto. Porque não dizer, sei lá, “podia jurar que deixei o dinheiro em cima da mesa” ou “vocês viram se quando eu saí eu deixei um dinheiro aqui?

Mas não, afirma “com certeza” que deixou o dinheiro, colocando todos em uma situação constrangedora...

Como disse o sábio Aurélio, a certeza é algo objetivo, indiscutível, simplesmente, certo! A certeza é a verdade. Ponto. Não existem duas certezas sobre nada. Portanto, quando se afirma certeza sobre algo, implicitamente se está negando qualquer tentativa de argumentação a cerca daquele assunto ou situação.

Aposto que se você é do tipo que afirma falsas certezas nunca havia parado para pensar por este prisma, não é verdade? Ah, você parou e mesmo assim afirma? Você merece uma surra de gato morto. ¬¬

Sei que nada sei”. Você já deve ter ouvido essa frase. A idéia de Sócrates sintetiza perfeitamente o que quero dizer. Ao proferi-la, o filósofo se colocou voluntariamente em uma posição de ignorância em oposição diretas aos outros filósofos que se consideravam detentores do Saber. Ou seja, que afirmavam as coisas “com certeza”. E como se diz por aí, é próprio dos sábios mudar de idéia. E quem afirma ter certeza de algo, fatalmente conclui que não existe nada a mais pra apreender sobre o mesmo.

E então...É melhor ser um sábio que nada sabe ou um ignorante que “sabe” tudo?

Pense nisso...

Importante: esse artigo não teve por objetivo criticar diretamente nenhuma vertente de pensamento. Qualquer semelhança com a postura de certos líderes religiosos e alguns seus seguidores, assim como alguns chefes de Estado ou de departamentos pode vir a ser mera coincidência, mas não tenho certeza...

Até!

Eu?

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